O pescado brasileiro tem dado importantes passos para um novo ciclo de expansão internacional com o Projeto Brazilian Seafood, fruto do convênio assinado entre a Apex-Brasil e a Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), que conta com um investimento de mais de R$ 8 milhões.
A pauta de exportação de pescado brasileiro é vasta e está em crescimento constante. Atualmente, os principais itens exportados incluem a lagosta, o pargo, a tilápia, o atum e as espécies de peixe fresco enviadas para os Estados Unidos.
A iniciativa almeja alavancar o pescado nacional no cenário global, possibilitando principalmente o retorno ao mercado europeu, que é atualmente o grande gargalo brasileiro no cenário externo, conforme explica Eduardo Lobo, presidente da Abipesca. “O pescado brasileiro é desejado pelo mundo inteiro. A gente tem competitividade, tem produção e um mercado interno bastante forte. O governo brasileiro tem tratado com muita intensidade no conjunto com a Apex, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento [Mapa] e Ministério da Pesca e Aquicultura [MPA], tentando a reabertura desse mercado [à UE]. Eu acho que o caminho está trilhado e que a gente deve voltar a exportar no ano de 2025”, diz.
Apoio, expansão e projeções para 2025
A partir de 2025, Lobo projeta um crescimento de 15% a 18% nas exportações de pescado brasileiro, com boas expectativas tanto para o mercado europeu quanto para alternativas como o asiático e o norte-americano. “A China está na iminência de um acordo para a liberação de mais espécies brasileiras para serem exportadas e a gente está com bastante entusiasmo. E o mercado americano tem um crescimento estável e temos boas perspectivas também de avançar nele, assim como no australiano, no canadense e outros”, comenta o presidente da Abipesca.
Ele também destaca a parceria como “essencial” para esse avanço, promovendo o pescado brasileiro em feiras internacionais e conectando empresários locais a compradores de diferentes regiões do mundo. "Um crescimento na ordem de 15% a 18% é considerado uma vitória e isso não seria possível sem o apoio da Apex, que tem incentivado bastante esse projeto”, completa.
Além de impulsionar o volume de pescado brasileiro exportado, o projeto Brazilian Seafood busca democratizar o acesso de pequenos e médios empresários ao mercado externo, criando oportunidades de capacitação e networking por meio da participação em eventos setoriais e rodadas de negócios, que conectam empresários brasileiros a compradores internacionais.
"A gente tem dentro do projeto Brazilian Seafood o projeto Comprador, trazendo do mundo inteiro possíveis compradores e colocando-os em rodadas de negócios importantes com os empresários brasileiros. Além disso, há o fomento com a participação do Brasil em espaços maravilhosos nos principais eventos de seafood do mundo e que também alavancam essas exportações”, explica Lobo.
Em 2024, o setor de brasileiro mostrou um forte crescimento nas relações comerciais internacionais. Em setembro e outubro, por exemplo, o Brazilian Seafood esteve em importantes eventos do segmento que geraram grandes resultados financeiros e abriram novas perspectivas para o futuro.
Em setembro, durante a 6ª edição do International Fish Congress e Fish Expo Brasil (IFC Brasil), realizada em Foz do Iguaçu, no Paraná, a 2ª Rodada Internacional de Negócios do Projeto Brazilian Seafood gerou US$ 700 mil em negócios, com perspectivas de US$ 10 milhões para os próximos 12 meses.
Já em outubro, durante a 3ª Seafood Show Latin America, realizada em São Paulo, a Rodada de Negócios promovida resultou em US$ 830 mil em negócios gerados e US$ 2,95 milhões para os próximos 12 meses.
Agora, o próximo passo do Brazilian Seafood é reforçar a imagem dos produtos brasileiros no exterior por meio de estratégias de branding. Para isso, a aposta é na criação das marcas "Brazilian Seafood", "Brazilian Farm Fish" e "Brazilian Farm Shrimp", consolidando a presença dos produtos do Brasil em feiras internacionais e criando uma base sólida de reconhecimento da qualidade do pescado brasileiro. "Para que a gente abranja o camarão, o pescado de cultivo e todas as nossas espécies de captura no Brasil, criando um arcabouço que possamos divulgar em todas as embaixadas no mundo e também através dos nossos adidos agrícolas”, finaliza Lobo.
Fonte: seafoodbrasil.com.br
Postado em 20-12-2024 à04 14:56:04