Uma semente importante para o futuro das pescarias de atum foi plantada durante um Programa de Voluntariado com mestres e tripulantes da frota de espinhel pelágico em Natal (RN), em junho de 2019. Lançado oficialmente em janeiro de 2020, o Projeto Parceiros foi batizado de início pelos próprios mestres-voluntários como “Parceiros do Oceano Atlântico”.
“É o trabalho deles no mar que viabiliza a proteção efetiva de espécies ameaçadas como agulhões, tubarões e tartaruga. São eles que registram os dados de captura e esforço de pesca tão importantes para a gestão”, explica Mônica Brick Peres, analista Ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Grandes Unidades Oceânicas e coordenadora da Área de Inovação da Pesca.
Por enquanto, o Projeto está mais centrado na frota de espinhel pelágico de Natal e Recife. No entanto, tem participado dessa construção as empresas Blue Ocean, Transmar, Produmar, Norte Pesca, Inpel, Oceano Pesca, Oceanus e KR. Outros parceiros são o Sindicato da Indústria de Pesca do RN (Sindipesca-RN), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa-RN), ICMBio-Tamar, Projeto Albatroz, Fishfind, Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Paiche, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e as Universidade Federal de Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Passo a passo com o setor
O Projeto Parceiros está testando e implementando várias iniciativas inovadoras para otimizar e qualificar a gestão da pesca em toda a área dos mosaicos de Unidades de Conservação do ICMBio Grandes Unidades Oceânicas. Essa área toda inclui uma Área de Proteção Ambiental (APA) e um Monumento Natural (MONA) no Arquipélago de São Pedro e São Paulo e no Arquipélago de Trindade e Martim Vaz. Juntas, elas representam quase 25% do Zona Econômica Exclusiva (ZEE).
O Projeto inclui várias iniciativas como o desenvolvimento de um aplicativo para o Registro Eletrônico de Captura e Rastreabilidade do Pescado, que deverá facilitar o preenchimento e entrega dos mapas de bordo, mapas de produção, documentação para exportação do pescado, a rastreabilidade verificável do pescado, além de um programa de capacitação dos tripulantes e das equipes de apoio em terra.
Além disso, também tem sido desenvolvido o monitoramento eletrônico da pesca por câmeras e foi criado uma Lista Positiva de Embarcações Regularizadas com o ICMBio-GUO, primeira etapa de um Selo de Boas Práticas de Pesca Sustentável que está sendo construído com todos os envolvidos. Com participação voluntária, a lista busca incentivar e premiar um processo de qualificação contínua das embarcações, empresas e pescadores, além de ser uma forma de evidenciar quais embarcações estão cumprindo as exigências legais. A lista é atualizada trimestralmente e está disponível para consulta no site do MMA.
Entre os resultados do projeto até o momento estão: o aprendizado do setor e das empresas parceiras; a construção do próprio modelo que vem sendo feito por várias mãos; ganhos concretos em termos de conservação e de proteção de espécies ameaçadas; e o incentivo à melhoria do manuseio das espécies, de forma a aumentar a taxa de sobrevivência desses animais que são devolvidos ao mar.
Fonte: seafoodBrasil.com.br
Postado em 21-06-2024 à52 06:39:52